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Alvos da misoginia

O Diário - 12 de março de 2025

Alvos da misoginia

Priscila Ventura Trucullo é professora de história da rede pública estadual.@pritrucullo

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É sempre necessário debatermos as questões que afligem o gênero feminino em variados espaços sociais. O sofrimento que compartilhamos enquanto mulheres têm origens imemoriais e resulta de uma ferramenta de opressão recorrente em nosso cotidiano: a misoginia. A misoginia pode ser definida como a “repulsa, ódio ou aversão profundos, evidenciados a partir de atos de violência verbal, simbólica, física, psicológica, sexual, moral, a tudo que representa as mulheres e o feminino.” (ÁVILA, 2023) Esse tipo de violência contra os corpos e sensibilidades femininas é estrutural e sistemático, servindo de base de sustentação ao sistema patriarcal de dominação. Em vistas desta breve introdução, podemos inserir um fato constatado: vivemos uma verdadeira onda misógina que se expressa em ataques cada vez mais recorrentes e explícitos às mulheres, com episódios de depreciação, difamação, vulgarização e humilhação públicas, de forma individual ou contra grupos, que se tornam verdadeiros alvos, como as professoras, jornalistas ou enfermeiras.

Desta forma, chamou minha atenção o desabafo de uma técnica de enfermagem em uma rede social, quando disse que é uma imbecilidade as imagens estereotipadas de “enfermeira sexy” e argumentou que na rotina das trabalhadoras da saúde não sobra tempo para promiscuidades, mas sim, muito trabalho e, infelizmente, desrespeito. Segundo seu relato, o abuso de alguns pacientes chegou ao ponto delas se obrigarem a providenciar atendimento exclusivo de profissional homem em razão da reincidência dos assédios no local de trabalho. A falta de empatia e consideração da sociedade que compartilha deste preconceito, o reduz a piada ou silencia diante à violência, piora quando pensamos na relevância que a enfermagem brasileira, majoritariamente feminina, teve durante a pandemia de Covid-19. Verdadeiras heroínas que combateram um vírus mortal na linha de frente e que continuam enfrentando um cotidiano duro e insalubre em hospitais, postos de saúde, clínicas e consultórios. Portanto, merecem todo nosso apoio e ação na hora de exigir: respeito à enfermagem e à todas as mulheres! Basta de misoginia!