Nomeação veio após ação do Ministério Público apontar indícios de má gestão e uso indevido de recursos públicos

A Justiça determinou a intervenção na Associação de Amigos do Autista de Barretos (AMA) após ação movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, através do promotor Matheus Botelho Faim. A decisão favorável à ação do MP foi do juiz Matheus de Souza Parducci Camargo, da 3ª Vara Cível. Ela resultou no afastamento cautelar da presidente e de outros sete membros da diretoria e do conselho fiscal da entidade, por indícios de má gestão e possíveis irregularidades no uso de recursos públicos.

O encontro entre o promotor Matheus Botelho Faim e os interventores nomeados pela Prefeitura ocorreu nas dependências da AMA. A medida visa garantir a continuidade dos serviços prestados à comunidade autista e apurar indícios de desvio de finalidade da entidade, que hoje atende 115 pessoas entre crianças, adolescentes e adultos, com o apoio de 27 colaboradores, CLT e prestadores de serviço.

Segundo o promotor Matheus Faim, a intervenção foi necessária após o Ministério Público receber diversas denúncias de funcionários, prestadores e pais de assistidos, relatando anormalidades no funcionamento da instituição. “Apuramos indícios de que a entidade deixou de atender ao interesse público para atender a interesses particulares”, afirmou.

Ainda de acordo com o promotor, a intervenção tem como objetivo principal preservar os serviços da AMA e evitar um colapso institucional, como já ocorrido em outras entidades. “Diferente de situações adas em que a ação foi tardia, aqui agimos preventivamente para evitar que danos irreparáveis ocorressem”, destacou.

INTERVENTORES

A equipe interventora foi nomeada pela Prefeitura no dia 28, em Ato de Gabinete 106/2025 após decisão judicial emitida na quinta-feira, dia 24. Ronaldo Urçulino de Araújo, servidor público, assume como interventor principal; Isabel Cristina de Oliveira, assistente social, indicada pela secretaria da área, atuará como coordenadora; Anderson de Souza Alves, indicado pelo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), apoiará na parte istrativa.  Os interventores terão apoio jurídico do advogado Leandro Santos Moreira.

O interventor Ronaldo Urçulino destacou que o papel da equipe é assegurar o atendimento pleno dos assistidos, ouvir todos os envolvidos e realizar um diagnóstico real da situação da AMA. “Estamos aqui para garantir o atendimento das crianças e para apurar tudo o que foi denunciado, comparando com a realidade encontrada”, disse.

O processo inclui ainda uma auditoria interna que analisará todas as emendas parlamentares e recursos públicos recebidos e aplicados pela instituição. Um relatório preliminar será apresentado em até 90 dias, com possibilidade de extensão do prazo total para seis meses, a depender da complexidade da apuração.