Nakba Palestina, uma questão de dignidade de todos os seres humanos!
O Diário - 20 de maio de 2025

Girrad Mahmoud Sammour Presidente da Associação Nacional de Juristas Islâmicos- Anaji @sammourgirrad
Compartilhar
No dia 15 de maio, lembramos a Nakba, que em árabe significa “catástrofe”. Essa data marca o início do deslocamento forçado de mais de 700 mil palestinos em 1948, durante a criação do Estado de Israel por uma política sionista de colonização, regime de dominação como forma de apartheid.
Famílias foram expulsas, vilas destruídas e sonhos desfeito. A Nakba não é apenas um evento do ado — é uma realidade que ainda persiste no presente com um genocídio televisionado, milhões de refugiados vivendo no exílio, sem o direito de retorno às suas terras e inocentes sendo assassinados.
Desde outubro de 2023, o mundo assiste a uma ofensiva militar sem precedentes de Israel contra a Faixa de Gaza. Milhares de civis foram mortos, incluindo crianças e mulheres. Hospitais, escolas, abrigos da ONU e zonas residenciais foram bombardeados. A destruição sistemática de infraestrutura básica — água, energia, alimentos e assistência médica — levou especialistas em direito internacional, incluindo relatores da ONU e acadêmicos renomados, a classificar as ações como genocidas.
Segundo a Convenção da ONU para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948), genocídio é qualquer ato com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Diversas evidências — incluindo declarações públicas de líderes israelenses, ataques deliberados contra civis e a imposição de condições de vida insustentáveis — indicam essa intenção.
Apesar disso, muitas potências ocidentais continuam a apoiar Israel política, econômica e militarmente. O fornecimento de armas, a obstrução de resoluções na ONU e a criminalização da solidariedade ao povo palestino demonstram o grau de cumplicidade internacional com as violações sistemáticas dos direitos humanos.
Refletir sobre a Nakba é reconhecer a dor de um povo, mas também sua resistência, dignidade e esperança. É entender que por trás de cada número, há uma história, uma infância interrompida, uma chave de casa ainda guardada com fé. Não se trata de conflito religioso e sim de pessoas que lutam por suas terras, sendo dever de todos os seres humanos não aceitarem tal barbárie independente de religião.
Que esta data nos convoque à memória, à justiça e à solidariedade. Que possamos lutar por um futuro em que todos os povos possam viver com liberdade, segurança e dignidade em sua própria terra.